FAOP 52 anos: mais de meio século de valorização da cultura e arte mineira

A Fundação de Arte de Ouro Preto | FAOP completa hoje, dia 25 de novembro de 2020, o seu 52º aniversário. A data é um momento significativo para comemorar a existência desse espaço de produção e absorção de arte. Afinal, são mais de meio século de trajetória repleta de histórias, lutas e vitórias para celebrar. 

 

“É sempre um enorme prazer comemorar o aniversário da FAOP, principalmente para mim que ontem era aluna e hoje posso contribuir para o seu crescimento atuando como presidente desta Fundação tão importante e singular. Neste ano esta data tem um peso ainda maior diante de tantos desafios, mas estamos contentes em dizer que completamos mais um ciclo levando a arte, cultura e preservação do patrimônio a muitas pessoas e comunidades. Nos reinventamos, ampliamos nossa atuação em um momento atípico e desafiador e reafirmamos o importante papel que a cultura tem nesse cenário de poucas certezas. Dias melhores virão e em breve estaremos juntos presencialmente novamente promovendo cada vez mais ações. Estamos animados e com esperança de que os próximos anos sejam ainda mais exitosos. Na oportunidade, gostaria de parabenizar a todos os servidores e ex servidores da FAOP que veem, desde sua criação há 52 anos, contribuindo para o crescimento e consolidação da instituição como uma das mais importantes do país", celebra Júlia Mitraud, presidente da Faop.

Alunos, funcionários e moradores celebram a existência da FAOP

Ao longo dos anos a FAOP se consolidou como uma ferramenta significativa para o impulsionamento da arte e da cultura como forma de transformação social. O trabalho ultrapassa as barreiras da instituição e impacta, não apenas todos os profissionais e alunos, mas também a comunidade de modo geral. 

 

Um exemplo disso é o projeto ARO | Formação em Arte, Restauro e Ofício — que marcou a vida de vários jovens. 

 

“O projeto veio para dar vários caminhos para os alunos que por lá passaram, alguns amigos viraram empreendedores e artistas, sendo pintores, artesãos, dançarinos, criaram amor por atuar,  outros seguindo mais a fundo a área de restauração, foram vários os benefícios, mas em uma particularidade, o mais importante para mim foi o amadurecimento pessoal que tive lá dentro, a criação de responsabilidade, paciência, o lutar por direitos de forma correta, acreditar em mim mesma, ter perspectivas de futuro e nunca desistir dos meus sonhos”, conta Maxíléia Romão, ex-aluna da FAOP. 

 

Gabriela Rangel, Diretora da Escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade, explica que a fundação faz parte da sua trajetória desde o começo: “pensar a Faop em seus 52 anos, é rever minha história, nasci no primeiro ano de seu funcionamento, filha de dois artistas pioneiros na criação de sua escola de arte. Cresci frequentando os cursos. Como professora, coordenadora e diretora da Escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade, onde tive o privilégio de viver a arte como formação e convivência, aprendi sobre a importância da preservação do legado cultural e principalmente compreendi a abrangência e singularidade do trabalho realizado aqui, transformando vidas, comunidades, semeando propostas, projetos, programas, e se reinventando ao longo das décadas, sem perder a sua essência e capacidade de inovação.”

 

A história da FAOP

A FAOP nasceu em 1968 e foi resultado da união de esforços de importantes nomes da arte nacional, são eles o poeta Vinicius de Moraes, a atriz Domitila do Amaral, o escritor Murilo Rubião e o historiador Affonso Ávila. 

 

O objetivo era criar em Ouro Preto um instrumento capaz de fomentar a cidade como polo irradiador de cultura, incentivando a produção de arte. Para isso, o então governador do estado de Minas Gerais, Israel Pinheiro solicitou que Murilo Rubião fosse o responsável pela implantação da instituição. 

 

Em 1969, à FAOP foi integrada a Escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade | EARMFA, criada pelos artistas Nello Nuno e Annamélia Lopes. Poucos anos depois, o restaurador Jair Afonso Inácio criou, em conjunto com a EARMFA, o primeiro curso para a formação de conservadores e restauradores no Brasil.

Presente e futuro da Fundação de Arte de Ouro Preto

Desde a sua criação, a FAOP já impactou milhares de crianças, jovens e adultos com seus cursos, oficinas, seminários, exposições, festivais e concursos. A fundação também atua em projetos de preservação e restauro de obras de grande relevância para as comunidades. 

 

Veja alguns dos principais serviços oferecidos pela FAOP:

 

·         exposições gratuitas ao público na Galeria de Arte Nello Nuno;

·         edital anual para ocupação da Galeria de Arte Nello Nuno;

·         acervo com mais de 9 mil exemplares e computadores com acesso à internet na Biblioteca Murilo Rubião;

·         cursos de Desenho, Pintura, Gravura, Cerâmica, Curtas, Video Arte, Violão e muitos outros;

·         oficinas de Encadernação, Papel Marmorizado, Ofícios, Mosaico Mural e outros temas;

·         seminários temáticos;

·         Programa de Formação em Arte;

·         formação de Técnicos em Conservação e Restauro;

·         conservação e restauração de acervos comunitários;

·      prestação de serviços, laudos técnicos e diagnósticos na área de conservação e restauração de bens móveis, imóveis e integrados por meio do Laboratório de Conservação e Restauro Jair Afonso Inácio;

·         Concurso Nacional de Presépios.

 

A FAOP é uma instituição de tradição, mas que não para de se reinventar para atender as novas necessidades do mundo. Prova disso são as ações online promovidas pela fundação ao longo de 2020 para, diante da pandemia do coronavírus, manter o compromisso de fomentar a arte e incentivar a conservação e a preservação do patrimônio cultural do país.

 

“Não estávamos preparados para enfrentar tamanha crise sanitária e econômica. Diversas adequações precisaram ser realizadas, mas estamos felizes com o resultado do nosso trabalho online. Aprendemos muito e certamente vamos continuar aprimorando os nossos cursos virtuais para atingir mais pessoas, com cada vez mais qualidade”, destaca Júlia Mitraud.

25/11/2020