FAOP participa de exposição do projeto “A Roda”

A exposição aconteceu para a gravação de imagens de um vídeo arte, projeto contemplado pela Lei Aldir Blanc

Professores, colaboradores, alunos e ex-alunos da Fundação de Arte de Ouro Preto| FAOP se uniram ao projeto “A Roda”, idealizado por Tuca Costa, para uma ocupação artística da Praça Antônio Dias, em Ouro Preto, sob curadoria das artistas plásticas e professoras da FAOP, Rachel Falcão e Ana Fátima Carvalho. O foco da ação foi a gravação de imagens para um vídeo arte com produção cinematográfica de Anthony Christian Fernandes e direção artística de Tuca Costa.

A produção audiovisual, intitulada “A Roda Vídeo Artes”, tem previsão de lançamento para o início de setembro.

Tuca celebra a parceria e considera que essa construção conjunta é muito positiva para o cenário cultural da região.

“Eu sou ouropretano e conheço a FAOP desde que eu me entendo por gente. Sei muito bem da importância da instituição da cidade e da sua relevância na propagação, criação e ensino da cultura”, salienta.

A união entre a fundação e o projeto "A Roda" não é novidade. Ambos são parceiros de longa data nas ações realizadas pelo projeto “SEXTAS ABERTAS”, promovido pelo Núcleo de Arte e Ofícios da FAOP, que visa um alcance ainda maior da comunidade ouropretana e do público em geral, através da oferta livre e gratuita de atividades artísticas e culturais que acontecem uma sexta-feira por mês na sede do Núcleo e na Praça Antônio Dias. O evento está suspenso no momento em decorrência da pandemia.

A professora e artista Ana Fátima de Carvalho pontua que a participação na exposição foi uma oportunidade de matar as saudades do projeto. “Estava com muita saudade do nosso "SEXTAS ABERTAS". É sempre bom rever os amigos, apreciar a diversidade dos trabalhos e observar o envolvimento dos alunos. Foi mágico! Eu só tenho a agradecer a quem compartilhou desse encontro que aqueceu a alma”, destaca. 

Conheça alguns dos trabalhos da exposição

A artista e professora Rachel Falcão, que é também coordenadora do Núcleo de Arte e Ofícios da FAOP, conta que a curadoria de Artes Visuais feita por ela e Ana Fátima de Carvalho, convidou 18 artistas — entre professores, ex-professores, alunos e ex-alunos — para refletirem em torno da questão: “A que devemos nos conectar e de que devemos nos desconectar para que a vida volte a fluir?”. O tema foi escolhido para que as obras dialogassem com as percepções trazidas pelo momento pandêmico que o mundo está vivendo.

“Cada um poderia trabalhar o tema a seu modo e na linguagem de sua preferência. Tivemos obras em desenho, pintura, objeto, instalação, escultura, performance, vídeo e práticas artísticas colaborativas, incluindo uma instalação sonora, peças em cerâmica, uma bandeira e um tapete de serragem”, explica.

A instalação criada por Rachel Falcão para a exposição, intitulada "A Tua Presença (entra pelos 7 buracos da minha cabeça)", fez uso de técnicas como pintura a óleo, grafite e ferro sobre tecido, cabos de cobre, conchas, pedras, madeira, metal e espelhos. Já a escultura "Kosmos semente, um dos traços de kitembo", de Bárbara Mol em parceria com Douglas Aparecido, foi criada a partir de troncos e bambu naturais, tinta esmalte verde e tinta acrílica metálica dourada e vermelha.

A pandemia de COVID-19 foi tema de algumas das obras, como a “O q te move?”, de Gilda Nogueira, que apresentou, num biombo, os 300 autorretratos produzidos durante o isolamento social. Gabriela Rangel, diretora da Escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade, e César Teixeira, professor de cursos do Núcleo de Arte e Ofícios, produziram um tapete de serragem em uma edição especial do Projeto Árvore da Vida, que homenageou as vítimas do coronavírus com a frase “eu não consigo respirar”.

Outro trabalho que chamou atenção foi a performance "ATERRO" do artista e aluno da FAOP Cláudio Zarco, em que ele, vestindo um terno, com maleta empresarial e uma cabeça de arranjo de flores, caminha às cegas pela cidade, tirando terra dos bolsos, dos sapatos e da maleta, instigando a curiosidade de quem passa e assiste às cenas. 

Sobre o projeto “A Roda

O projeto “A Roda”, idealizado pelo artista e produtor Tuca Costa, surgiu em 2011, na cidade de Ouro Preto, com a proposta de oferecer aos artistas um local para compartilhar suas artes e se conhecerem. Desde então, a iniciativa propiciou o encontro entre vários segmentos das artes e de diferentes faixas etárias.

O nome surgiu da ideia de criar uma roda musical para que qualquer artista, de qualquer gênero musical, pudesse se apresentar livremente, em espaços públicos da região. O movimento cresceu e proporcionou várias interações espontâneas entre músicos, artistas de outros campos das artes (literatura, dança, artes plásticas e audiovisuais) e o público.

De forma independente em seu início, o projeto “A Roda” era realizado com o apoio e recursos dos próprios artistas até serem firmadas parcerias com a prefeitura da cidade de Ouro Preto e da cidade Mariana.

Desde o ano de 2018, o projeto vem sendo desenvolvido em conjunto com o “Sextas Abertas”, evento da Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP), e a feira “Re-existência” produzida pelo João Pedro Zulocco e Rosilene Salomé, tendo o seu espaço garantido em eventos maiores como o Festival de Inverno de Ouro Preto, Mariana e João Monlevade.

07/07/2021