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Restauro de capela em Ouro Branco é tema de documentário alemão

O restauro da Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, localizada em Ouro Branco, será tema de um documentário da TV pública alemã ZDF, que está produzindo uma série sobre a Estrada Real. O caminho liga Diamantina aos portos do Rio de Janeiro e Paraty, passando pelas principais cidades do ciclo do ouro em Minas Gerais. 

As gravações acontecerão entre os dias 24/07 a 04/08, saindo do Rio de Janeiro e finalizando em Ouro Preto. O objetivo é mostrar como parte da história da Estrada Real ganha vida novamente com o trabalho dos restauradores da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop). A produção do documentário ouvirá os restauradores responsáveis e visitará a capela, onde a equipe trabalha na restauração do retábulo, e o Laboratório de Conservação e Restauro  da Faop (Labcor), localizado em Ouro Preto, onde que compõem o acervo da capela estão em processo final de restauração. 

Bianca Monticelli, gerente do Laboratório de Conservação e Restauro da Faop, durante trabalho de restauração do retábulo da capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens.

Eduardo Duwe, um dos produtores do programa, explica que o documentário será exibido no programa Länder, Menschen, Abenteuer, traduzido como Países, Gente e Aventuras. “A série é uma produção consolidada, realizada desde 1976, com aproximadamente 12 a 15 episódios anuais. Cada episódio, com duração de 45 minutos, leva o espectador a uma jornada por diversos países, apresentando suas culturas e tradições locais e proporciona uma visão única sobre a vida e os costumes dos povos, destacando momentos significativos e destinos marcantes ao redor do mundo”, explica Duwe.

Estima-se que a capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens tenha sido construída no início da segunda metade do do século XIX. O dossiê de tombamento da obra não precisa uma data, mas sugere que por volta de 1865 já haviam notícias de uma outra estrutura além da Matriz da cidade, dedicada a Santo Antônio. 

Os restauradores Luis Otávio Neto e Luana Santa Maria formam a equipe que trabalha no restauro das obras da capela.

Bianca Monticelli, gerente do Labcor, contou que a capela estava fechada há muitos anos. “Encontramos a capela com uma grande infestação de cupins e muita repintura, o que descaracterizava completamente a obra. Fizemos um diagnóstico para entendermos os problemas, além de um bom levantamento fotográfico. A partir daí, fizemos uma proposta de tratamento para o trabalho na obra. Nessa obra em específico, o mais importante foi a remoção da repintura, que possibilitou encontrar a pintura original. Encontramos pinturas de muita qualidade e que provavelmente são de um pintor muito importante da região”, explica. 

As obras de restauração do retábulo já representam 70% de todo trabalho planejado, mas sua finalização ainda não tem data prevista. Já as obras que compõem o acervo da capela serão entregues para a comunidade na segunda quinzena de agosto.